Cunha “ainda mantém influência no governo Temer”, diz pedido de prisão de procuradores
Da Folha:
No pedido de prisão feito contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os procuradores da República da Operação Lava Jato afirmaram que o político “ainda mantém influência nos seus correligionários, tendo participado de indicações de cargos políticos do governo Temer”.
O argumento consta do trecho em que os procuradores dizem que o poder político de Cunha não diminuiu após ter deixado a Câmara. Segundo a força tarefa, durante o período em que o parlamentar foi investigado, ele “não poupou esforços para embaraçar as investigações”.
Também teria se utilizado de “parlamentares laranjas para tomar medidas que visavam o favorecimento pessoal”, os quais “apresentavam falsas justificativas de um pretenso interesse público para legitimar os atos de obstrução”.
Na petição encaminhada ao juiz federal de Curitiba (PR) Sérgio Moro, os procuradores argumentam que a prisão era necessária para impedir que Cunha continuasse a operar contra a investigação. Citaram como exemplo a nomeação de um aliado de Cunha, Maurício Quintella (PR-AL), como ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, no dia 12 de maio passado, logo após a posse do então presidente interino, Michel Temer (PMDB-SP). “Quintella havia votado em favor de Eduardo Cunha no Conselho de Ética”, afirmaram os procuradores.