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Cunha diz que tem “simpatia pessoal” por Lula e que tentou evitar depoimento de Paulo Okamotto

Da Coluna de Juliana Dal Piva no UOL:

Eduardo Cunha. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-presidente da Câmara dos Deputados confessou ter “simpatia pessoal” pelo ex-presidente Lula por ele estar “muito acima do PT”. A menção ao petista é descrita no capítulo 16 do livro “Tchau, Querida — O Diário do Impeachment”, obtido com exclusividade pela coluna. Cunha disse ainda que agiu para evitar um depoimento de Paulo Okamotto na CPI da Petrobras, na Câmara, em 2015.

Cunha escreveu o livro com a ajuda da filha Danielle Cunha e a obra, de 797 páginas, será lançada neste sábado (17) pela editora Matrix. A data marca também os cinco anos da sessão, comandada pelo ex-parlamentar, que resultou na abertura do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

Na obra, o ex-parlamentar recorda que, em 11 de junho de 2015, a CPI da Petrobras decidiu convocar Paulo Okamoto, diretor do Instituto Lula e próximo do ex-presidente, para depor. Cunha escreve: “Isso provocou outra crise. Michel Temer me telefonou, preocupado, pedindo que eu interferisse para reverter isso. Temer me pediu para estar em São Paulo na sexta, dia 12 (de junho), quando ele receberia Lula em sua casa”.

Em seguida, o deputado cassado escreve que “apesar das minhas disputas e brigas com o PT, nunca usei de instrumento baixo para constranger quem quer que fosse – ainda mais Lula, que não havia me feito nada. Até tinha simpatia pessoal por ele, talvez por achar que de petista ele não tinha nada, já que estava muito acima do PT”.

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