Dallagnol vincula impeachment a tentativa de barrar a Lava Jato
Em um livro em que conta os bastidores do funcionamento da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), o procurador da República Deltan Dallagnol liga o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a uma tentativa de barrar o avanço das investigações. Na passagem, o procurador resgata a divulgação das gravações entre o delator Sergio Machado e o senador Romero Jucá (PMDB).
“Em 12 de maio de 2016 o clima de instabilidade política levaria ao afastamento provisório da presidente Dilma pelo Senado Federal, mas não seria capaz de parar a Lava Jato. Ainda que esse fosse o plano. Apenas 11 dias depois, veio a público a gravação de uma conversa de março entre Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e Romero Jucá, recém-empossado ministro do Planejamento e um dos principais líderes do PMDB”, diz um trecho da obra.
No diálogo, Jucá falou da necessidade de “estancar a sangria” da Lava Jato através de um “grande acordo nacional”, “com o Supremo, com tudo”. O objetivo seria limitar onde estavam as investigações da Lava Jato.
Ao longo das 320 páginas, o procurador conta detalhes sobre o andamento das investigações da Lava Jato e do processo de decisão e definição de estratégias da força-tarefa em Curitiba.
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