Damares apresentou documentos sem registro para o caso Marajó, diz estudo

Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Os documentos apresentados para garantir a autenticidade das denúncias de violência sexual cometidas contra crianças da Ilha de Marajó, no Pará, pela ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e atual senadora pelo Distrito Federal (DF) Damares Alves, não contêm registros para o caso Marajó.
Damares afirmou, durante um culto religioso, que havia imagens de crianças de 4 anos cruzando as fronteiras com os dentes arrancados “para não morderem na hora do sexo oral”, ao falar sobre o caso.
Dos diversos relatórios das CPIs analisadas pelo Estadão, nenhum traz citações do que foi dito pela ex-ministra ou não apresenta qualquer referência aos episódios.
Nesta terça-feira (11), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) determinou que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, deve informar minuciosamente até a sexta-feira (14), todos os casos de denúncias recebidas pela pasta entre 2016 e 2022, que envolvem tráfico de crianças e estupro de vulneráveis.
As declarações da ex-ministra são expressamente compartilhadas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), que responsabilizou a gestão petista pela violência sexual. “Esse relato da senadora Damares é perturbador!!! Ainda há resquícios de PT pelo Brasil! O que acontece com nossas crianças em algumas regiões do nosso Brasil é monstruoso! Contra a abuso infantil vote 22!”.
Damares tem feito diversas viagens pelos Brasil junto com a primeira-dama Michelle Bolsonaro, para promover a campanha e pedir votos para o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). A ex-ministra vem usando suas redes sociais para compartilhar videos com suas declarações.