De Escobar a James, Colômbia faz história com vinte anos de atraso
A seleção colombiana de futebol chegou à Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, com status de sensação futebolística do momento. Até Pelé apostou na equipe como uma das principais favoritas a levar o título.
A conquista não veio – nem uma vaga na segunda fase, aliás – e um gol contra seguido do assassinato de um dos símbolos daquele time, dias depois da eliminação, acabou marcando uma geração brilhante.
Agora, exatos 20 anos depois, a equipe comandada por José Pekerman chegou ao Brasil em contexto diferente. Apesar de cabeça de chave pela boa posição no ranking e respeitada por possuir jogadores de destaque internacional, perdeu a grande estrela, o machucado Falcao García, e tinha um cruzamento na segunda fase com o forte Grupo D.
Se a geração dos anos 1990 ainda é considerada a melhor da história – Valderrama, Rincón, Asprilla, entre outros -, a atual formou o time mais competitivo, a ponto de passar com tranquilidade pela primeira fase com duas goleadas e 100% de aproveitamento.
Depois, foi quem menos sofreu nas oitavas de final ao vencer o Uruguai por 2 a 0, resultado que já garantiu a melhor classificação da história do país em Copas.
O elenco atual tem grande maioria de atletas atuando na Europa: 17. É também majoritariamente jovem, com só dois que já passaram dos 30 anos: Mondragón, o goleiro reserva de 43 que se tornou o mais velho a atuar num Mundial, e Yepes, o zagueiro de 38 que é o capitão da equipe.
Yepes, inclusive, é o elo da atual equipe com o grupo de jogadores que não conseguiu jogar uma Copa ao fracassar nas qualificações para 2002, 2006 e 2010. Agora, na última tentativa do experiente defensor, surgiu um garoto chamado James Rodríguez, convocado pela primeira vez à seleção nacional em 2011.
James chegou à Copa do Mundo com a camisa 10 e marcou cinco gols em quatro partidas, tornando-se o artilheiro da Copa do Mundo até aqui. Aos 22 anos, simboliza o novo momento do futebol sul-americano, com atletas ainda muito jovens se formando no futebol europeu.
Após boas atuações no Banfield, na Argentina, foi contratado pelo Porto, de Portugal, por 5 milhões de euros, e depois seguiu para o Mônaco, da França, por nove vezes mais. “Jamais tive dúvidas que esse seria o Mundial de James Rodríguez”, disse o técnico da seleção colombiana, José Pekerman.
A seleção colombiana joga a partida mais importante da história futebolística do país nesta sexta-feira, às 17h, frente ao Brasil, exatamente na semana em que o país lembra os 20 anos do assassinato de Andrés Escobar.
A Colômbia até começou bem o duelo contra os Estados Unidos naquele 22 de junho de 1994, partindo para o ataque em busca da primeira vitória na Copa, quando um cruzamento do ataque americano foi cortado pelo zagueiro Escobar. Para azar dos colombianos, o defensor acabou marcando um gol contra aos 35 minutos do primeiro tempo.
Dias depois, já em Medellín, em 2 de julho, Escobar foi a uma casa noturna e acabou assassinado a tiros no estacionamento da boate. A justiça condenou Humberto Muñoz Castro, autor confesso dos disparos, a 43 anos de prisão, mas ele acabou solto por bom comportamento após 11 anos preso.
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