Débora Bloch sobre Alvim: “Me senti violentada, mais do que como judia”

Débora Bloch publicou artigo no Globo:
O vídeo do ex-secretário da Cultura, resgatado da estética nazista dos anos 30, revela-nos — se ainda houvesse dúvidas — uma personalidade megalômana e narcísica, desejosa de apagar a história da cultura brasileira e apontar armas à atividade dos artistas livres.
Alvim demonstra o mais profundo desdém pelo nosso passado. Por aqueles que trabalharam até aqui e fundaram a nossa cultura. Pela importância da contribuição das artes indígena, africana, portuguesa, francesa, e dos diversos povos colonizadores, na construção de um patrimônio cultural heterogêneo e inigualável. (…)
Me senti violentada, mais do que como judia, sobretudo como brasileira formada pela nossa literatura, pela música brasileira, pelo samba, pelos tambores do candomblé, pelo teatro e cinema que sempre me revelaram o Brasil que tanto amo. (…)
Exijamos que o próximo secretário da Cultura dialogue e respeite a comunidade artística a qual terá o dever de representar, e que à queda deste fanático se siga a queda dos delirantes restantes.