Defesa de bolsonarista assassino pede exame de embriaguez de petista

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A defesa de Jorge José da Rocha Guaranho, policial penal federal que matou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda enquanto ele comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT alusiva ao ex-presidente Lula, solicitou ontem (12/07) à Justiça do Paraná exames periciais para “constatação de embriaguez” da vítima.
O advogado Daniel Godoy, um dos defensores da família do petista morto no último sábado (09/07) em Foz do Iguaçu (PR), rebate: “é uma tentativa de criminalizar a vítima, justificar a versão de que se trata de briga de bar e de descaracterizar o crime de ódio por motivação política”.
O pedido dos exames foi assinado pela advogada Marise Jussara Franz Luvison, indicada pelo Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal de Catanduvas (PR), onde Guaranho trabalha. No documento a defesa solicita imagens de câmeras de vigilância para verificar o consumo de bebida alcoólica pelo aniversariante na festa. A defesa ainda alega legítima defesa, contrariando o que aparece nas imagens captadas na cena do crime. O vídeo mostra o momento em que Guaranho desce do veículo, atira duas vezes e segue em direção ao salão de festas para matar Arruda.
Contudo, a advogada que representa o policial penal diz que a vítima retira a arma da cintura e aponta em direção ao acusado. “Jorge Guaranho realiza passos para trás e, na busca de se defender, aponta a arma em direção a Marcelo”, cita a advogada no documento. “As imagens mostram que o acusado Jorge profere algumas palavras, e pelo que indica, pedindo para que a vítima abaixasse a arma, o que é ignorado, e ainda assim, Marcelo contínua indo ao encontro do acusado com a arma em punho apontada na direção de Jorge, obrigando-o a efetuar dois disparos na busca de sua defesa”.
O advogado Daniel Godoy contestou a versão de legítima defesa apresentada pela advogada do sindicato da categoria pela qual o policial penal atua. “Guaranho atira duas vezes para dentro. Depois, entrou no local e desferiu mais um tiro quase à queima-roupa. Só depois de atingido e caído no chão é que Marcelo atira”.
Os defensores que representam a família de Arruda se manifestaram no processo contra a atuação do sindicato que representa o policial penal no caso. “Não existe amparo legal para a atuação do sindicato, que pode atuar em questões de natureza coletiva, que envolvam a categoria. Esse caso diz respeito à prática de um crime”, argumenta Godoy.