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Defesa de Joesley Batista quer que Fachin leve para o STF investigação sobre delação premiada

A Coluna Painel de Daniela Lima na Folha diz que, prevendo a sucessão de reveses que de fato se colocaram no caminho dos delatores da JBS nos últimos sete dias, a defesa do empresário Joesley Batista foi a Edson Fachin, relator do caso no STF, semanas atrás. Argumentou que um inquérito policial seria pouco para sustentar a rescisão da colaboração e entregou pedido para que o ministro não decida invalidar o acordo sem antes instaurar, ele próprio, investigação perante o Supremo para elucidar o caso, “ouvindo o contraditório”. Na semana passada, a PF concluiu o inquérito que investigou a participação do ex-procurador Marcello Miller no acordo da JBS, indiciando-o por corrupção passiva. Nesta segunda (25), a Procuradoria do DF apresentou denúncia contra Miller e Joesley.

A Folha de S.Paulo diz que, com a acusação da Procuradoria, alvos da delação da JBS já se preparam para solicitar ao Supremo a anulação de provas.Diferentemente da PF, o Ministério Público Federal imputou participação ativa do ex-procurador na colaboração dos Batistas. A denúncia foi revelada pela Folha. Integrantes da antiga força-tarefa da Lava Jato avaliam que a acusação reforça argumentos pró-rescisão da delação. Esses procuradores entendem, porém, que o fim do acordo não invalida as provas colhidas e que um pedido de anulação abriria batalha duríssima, de anos, na Justiça.

Miller, que deixou a PGR em abril de 2017, recebeu em dezembro quase R$ 55 mil do MPF. Segundo o órgão, o dinheiro foi depositado como parte do pagamento de nove meses de licença-prêmio que ele acumulou como procurador. A cada cinco anos no exercício da função, procuradores têm direito a três meses de licença. O benefício pode ser convertido em dinheiro, finaliza a coluna.

Ex-procurador da República Marcello Miller, durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS – 29/11/2017 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)