Delcídio recebeu propina no governo FHC em contrato de US$ 500 milhões, afirma Cerveró
Da coluna de Fausto Macedo:
O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o senador Delcídio Amaral (PT/MS) recebeu propina de contratos das empresas Alstom e GE quando ambos trabalhavam na Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás, em 2001, no Governo Fernando Henrique Cardoso. Em umdos acertos, afirmou o ex-diretor, a propina saiu de um contrato de US$ 500 milhões de turbinas de ar.
Delcídio foi preso em 25 de novembro sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador temia a delação premiada do ex-diretor e, segundo o Ministério Público Federal, tentou comprar o silêncio de Cerveró.
Preso desde janeiro de 2015, Nestor Cerveró aceitou contar o que saber sobre o esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás em troca de benefícios como redução de pena. Em seu termo de colaboração número 1, o ex-diretor contou que Delcídio Amaral assumiu a função de diretor da estatal em 1999, por indicação do PMDB. No ano seguinte, contou Cerveró, ele próprio foi convidado por Delcídio para compor a recém criada Diretoria de Gás e Energia.
“No período em que trabalhou vinculado a Delcidio Amaral, o declarante (Cerveró) e Delcídio Amaral receberam propina da empresa Alstom, com base em um contrato de aquisição de turbinas a gás pela Petrobrás; que o declarante recebeu em torno de US$ 600 mil a US$ 700 mil; que os pagamentos ocorreram na Suíça; que não sabe quanto Delcídio Amaral recebeu, mas deve ter sido muito mais do que os valores pagos ao declarante, já que Delcídio Amaral era diretor de Gás e Energia, hierarquicamente superior ao declarante”, declarou.