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Demitido da Globo por causa de vídeo na redação, repórter aponta questão racial

Da coluna de Leo Dias

Adalberto Neto
Imagem: Reprodução/Instagram

A grande repercussão gerada pela demissão do repórter Adalberto Neto do Grupo Globo, após imagens gravadas por ele mostrando parte da equipe de plantão comemorando a conquista da Libertadores pelo Flamengo viralizarem, fez com que o profissional quebrasse o silêncio e se pronunciasse.

Em carta enviada à Coluna Leo Dias, o repórter disse que não sabe, de fato, se sua demissão teve algo a ver com os vídeos publicados. “Realmente, não foi informado o motivo da minha demissão. Meu editor apenas disse que foi um pedido da direção pelo ‘conjunto da obra’, mas ele não soube responder – ou não podia – me informar a respeito.”, conta. Entretanto, ao se despedir de seus colegas de trabalho, quase todos, apontaram os vídeos publicados em seus stories sobre a comemoração da vitória rubro-negra como a motivação da dispensa.

Segundo Adalberto, se a ‘obra’ a que seu superior se referiu foi mesmo o vídeo, é muito curioso que só ele tenha sido desligado da empresa, sem qualquer advertência prévia, e aponta a questão racial – o repórter é negro – como razão para demissão. “Para quem tem o mínimo de letramento racial, é impossível não racializar essa minha demissão.”, diz ele, que apesar da declaração de racismo, não culpa a empresa, nem a direção, nem seu editor. “A culpa não é nossa. Vem lá de trás. Da colonização.”.

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