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Depois de alta de casamentos gays em 2018, união de pessoas LGBT tem queda no governo Bolsonaro

Luta dos gays, lésbicas e da comunidade LGBT. Foto: Wikimedia Commons

De Caio Sartori no Estado de S.Paulo.

Os dois meses finais de 2018, após a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro, ficaram marcados pelo aumento radical no número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que tinham medo de o então presidente eleito adotar medidas que dificultassem a união, o que não ocorreu. Após o aumento de 62% naquele ano em comparação com o anterior, os registros caíram em 2019, primeiro ano de Bolsonaro à frente do Palácio do Planalto. Apesar disso, continuam em patamar bem acima do registrado até 2017. 

Divulgada nesta quarta-feira, 9, a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, depois do pico de 2018, os números interromperam a trajetória de ascensão anual que vinha sendo consolidada. Isso pode ser explicado pelo fato de muitos casais terem antecipado para antes de Bolsonaro assumir o cargo cerimônias que estavam marcadas para o ano seguinte. 

Foram, no ano passado, 9.056 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ante 9.520 no ano anterior. Ao contrário dos vínculos entre sexos diferentes, esses casos cresciam ano a ano, na contramão da tendência geral de queda de casamentos. Mesmo com a diminuição no ano passado, o número ainda é bem maior que os 5.887 observados em 2017 – o que mostra como os registros pós-eleição de Bolsonaro envergaram para cima a curva.  

Quando são considerados todos os tipos de casamento, o Brasil voltou a observar uma diminuição. Foi a quarta queda consecutiva na comparação anual – desta vez, 2,7% de diferença negativa em relação ao ano anterior. Ao todo, pouco mais de 1 milhão de casais se formaram em 2019 no País.

Outra mudança que vem ocorrendo é a idade com que as pessoas se casam – cada vez mais velhas. Aos poucos, começa a haver maior incidência nos casos de homens e mulheres com mais de 40 anos que decidem se juntar. No caso dos homens, um a cada quatro já está nessa faixa etária; entre as mulheres, cerca de uma a cada cinco. 

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