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Deportados contam por que preferem viver ilegalmente nos EUA: ´Lá, faxineiro tem uma vida’

A small fence separates densely populated Tijuana, Mexico, right, from the United States in the Border Patrol’s San Diego Sector. Construction is underway to extend a secondary fence over the top of this hill and eventually to the Pacific Ocean.

Da BBC:

“Antes de eu ir, o meu irmão me falou o seguinte: Edilson, aqui só depende de você, de mais ninguém. Porque se você quer trabalhar, aqui você consegue tudo o que você quer. O que um rico pode ter no Brasil, você pode ter nos Estados Unidos.”

As palavras do irmão que morava em Boston encheram de esperança o jovem Edilson, que andava desanimado com o futuro pouco promissor em Governador Valadares (MG), cidade de 279 mil habitantes que ganhou fama nacional por ser grande “exportadora” de brasileiros que emigram para os Estados Unidos. Segundo o IBGE, 35% da população da cidade tem renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa.

Em 1988, Edilson tinha 19 anos e havia estudado só até a oitava série do ensino fundamental. Trabalhava lavando carros e morava de favor na casa de um tio com a mãe, que sustentava os filhos trabalhando como lavadeira.

“Sabe como é tio; como você depende dele, ele quer bater em você, te chamar disso ou daquilo. Mas aí, parece que é Deus: levou meus irmãos para os Estados Unidos e levou um atrás do outro; deu oportunidade para todo mundo.”(…)

“E outra coisa: é incrível quando você para para analisar que um faxineiro dentro de um país daquele tem oportunidade de vestir, morar, ter saúde, tratar de uma família, andar em um carro bom. Lá você não se mata de trabalhar. Trabalhando em período integral, você e a esposa conseguem trabalhar para sustentar uma família, ter um carro para andar, e participar das coisas que uma sociedade normal participa. Ir num restaurante, ir numa loja”, afirma.

(…)