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Deputada bolsonarista Carla Zambelli quer a volta da monarquia

Da Época

Carla Zambelli e Jair Bolsonaro – Reprodução

“Boa noite, confrades e confreiras”, saudava polidamente o homem de postura impecável, enquanto passava por leões de pedra e entrava no hall do Hotel San Marco, a três quilômetros do Congresso Nacional. Era quinta-feira, 11 de março, à noite. Começava o 2º Encontro Monárquico de Brasília.

A uma plateia atenta de 200 fiéis — quase todos homens —, Sua Alteza Imperial e Real Dom Bertrand de Orleans e Bragança, trineto de Dom Pedro II, destilaria sua ira visceral contra os comunistas. Ao seu lado estava o general Paulo Chagas, que concorreu a governador do Distrito Federal no ano passado.

Na pré-campanha, Chagas respondeu efusivamente a um tuíte do general Villas Bôas, então comandante do Exército, que disse que a Força repudia impunidade, na véspera de o STF julgar habeas corpus de Lula. “Tenho a espada ao lado e aguardo suas ordens!!”, publicou Chagas. Fechava a trinca a deputada Carla Zambelli, do PSL de São Paulo, que revelaria seu plano para fazer o Brasil trocar a República pela monarquia, 130 anos depois.

“A gente precisa preparar o Congresso, preparar a população”, diz Zambelli, em tom grave. Ela conta ter três pilares estratégicos para o país voltar a ter um rei. O primeiro: menos Estado. “Quanto menos Estado a gente tiver, mais fácil vai ser para implementar a monarquia”. Os outros dois segredos são uma Justiça mais punitiva e uma educação voltada à família. Simples.

“No meu mandato eu não precisei falar de monarquia, mas tudo o que estou construindo é para a gente chegar na monarquia”. Segundo a tese dela mesma, seus radicalismos são calculados milimetricamente. “Muitas vezes vocês vão me ver sendo extremamente grosseira. Eu falo de pena de morte para você entender que o certo é encarcerar a pessoa e não se preocupar”.

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