Deputado que importunou Isa Penna promete rever seu ‘jeito de abraçar as pessoas’

Da reportagem de Paula Reverbel no Estado de S.Paulo.
Em depoimento nesta quarta-feira, dia 24, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) pediu desculpas à colega de parlamento Isa Penna (PSOL) “por qualquer tipo de constrangimento e por qualquer tipo de ofensa” que ele tenha causado. Cury é acusado por Penna de importunação sexual durante uma sessão no plenário. O Conselho de Ética vai avaliar se houve quebra de decoro.
Segundo a deputada, ela conversava com o presidente da Casa, Cauê Macris (PDSB) quando Cury se aproximou e a abraçou por trás, tocando-lhe os seios. A cena foi filmada pelas câmeras da Assembleia.
De acordo com o deputado, o abraço foi “um gesto de gentileza” visto que ele estava interrompendo a conversa entre Penna e Cauê. “O abraço que eu dei na deputada Isa Penna foi um gesto de gentileza porque eu iria interromper a conversa que ela estava tendo”, afirmou.
“Eu queria aqui, mediante esse Conselho, fazer o que eu já fiz, no dia do fato ocorrido (…), queria mais uma vez pedir desculpas para a deputada Isa Penna por qualquer tipo de constrangimento e por qualquer tipo de ofensa que eu tenha causado naquela noite e naquela madrugada, em função desse evento”, afirmou. Ele ainda estendeu o pedido de desculpas ao Conselho e a todos os deputados da Alesp, “constrangimento que causei para a nossa Casa”.
O deputado concordou que sua ação constrangeu Penna e disse que vem aprendendo muito a partir do ocorrido. “Ainda que tenha sido um abraço e que tenha realmente constrangido e ofendido a deputada Isa Penna, e que esse seja o meu jeito, esse episódio me traz muito aprendizado”, disse. “Quer dizer que esse meu jeito hoje não é tolerado por grande parte das pessoas, que possam se sentir constrangidas e ofendidas através desse gesto (…). Então esse episódio me traz muito aprendizado e que a partir de hoje, inclusive, eu preciso rever esse comportamento porque muitas das pessoas se sentem constrangidas com isso”, acrescentou.
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