Deputado tucano de SP e ex-chefe da Casa Civil de Alckmin são investigados em corrupção na merenda
Do Estadão:
Em depoimento à Polícia Civil, na terça-feira, 19, os funcionários da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) afirmaram que a propina chegava a ser de 25% dos contratos. Em detalhes, eles relatam como eram feitos as entregas de pacotes de dinheiro vivo, depósitos em contas e acertos em postos de combustível às margens de rodovias.
Os interrogados pela polícia apontam o deputado estadual Fernando Capez, que é promotor de Justiça e aspira disputar a cadeira de Alckmin em 2018, e Luiz Roberto dos Santos, o “Moita”, que era braço direito do secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, como beneficiários de propina. Interceptações telefônicas mostram que o deputado tucano é chamado de “nosso amigo” por intermediários de propinas.
O funcionário da Coaf, Adriano Gilbertoni Mauro, que foi preso na Operação Alba Branca, afirmou que Capez foi o responsável por conseguir a celebração de contrato com a Secretaria de Educação estadual. “Até onde o declarante sabia, o deputado estadual Fernando Capez recebeu uma parte das comissões pagas para Marcel”, disse, em referência ao suposto intermediador de propinas Marcel Ferreira Júlio.Segundo Adriano Mauro, “nas conversas que mantinha com os demais vendedores, ao se referir ao termo ‘nosso amigo’ como sendo a pessoa que solucionaria os entraves surgidos, estavam a se referir ao deputado estadual Fernando Capez”.
Capez reagiu com veemência à denúncia. “É um absurdo, não sei nada de merenda, nunca falei com prefeito nenhum e não conheço essa Coaf.”