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Deputados do MDB são investigados pela polícia pela morte de Marielle

Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça no dia 14 de março passado. Foto: Facebook/Reprodução

Da Veja

Em entrevista a Veja, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que três deputados estaduais do MDB-RJ estão sendo investigados por participação no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), ocorrido em 14 de março. O parlamentar confirmou uma informação obtida pela reportagem: no dia 14 de junho, a pedido de dois delegados da Polícia Civil, ele e procuradores do Ministério Público Federal participaram de uma reunião para tratar de uma conexão do crime com políticos emedebistas.

Na conversa, os delegados Fábio Cardoso, diretor da Divisão de Homicídios, e Giniton Lages, encarregado das investigações, perguntaram a Freixo e aos integrantes do MPF se eles aceitariam depor no inquérito para falar sobre o caso dos três políticos – todos disseram que sim. O deputado disse que ainda não foi chamado para o depoimento. Os parlamentares investigados são Edson AlbertassiJorge Picciani e Paulo Melo – todos estão presos desde o ano passado, acusados de envolvimento com uma máfia de empresários de ônibus. Freixo afirmou não descartar a participação dos políticos no crime. “É assustador, mas não posso eliminar nenhuma possibilidade”, declarou o deputado. Para ele, não há dúvida de que o assassinato de Marielle foi um crime político – no atentado também morreu o motorista Anderson Gomes. “Quem matou mandou um recado. E, se continuar solto, vai matar mais gente”, concluiu. (…)

Por esta investigação, o assassinato seria uma forma de vingança para atingir o próprio Freixo. Responsável pela entrada de Marielle na política – ela trabalhou em seu gabinete -, o deputado costumava se referir à vereadora como “minha filha”. Por conta de seu trabalho à frente da CPI das Milícias, ele sofreu várias ameaças de morte e, há dez, anos anda em carros blindados, protegido por policiais militares, o que dificultaria um atentado contra ele.

De acordo com a apuração policial, políticos do MDB atribuiriam ao parlamentar do PSOL a responsabilidade por eles terem sido presos já que em decisão tomada em ação judicial protocolada por Freixo, a Justiça impediu que o deputado Edson Albertassi disputasse uma cadeira de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado. Se tivesse ido para o TCE, qualquer processo judicial contra ele seria remetido para o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Outros denunciados no mesmo processo receberiam o mesmo benefício.

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