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Deputados que estimularam ato golpista se acovardam e colocam culpa nos manifestantes

Os deputados bolsonaristas que incentivaram os protestos anti democráticos soltaram uma nota afirmando não terem “organizado nem contribuído” para nenhuma manifestação que pediu um golpe militar, como resposta à abertura pelo STF de um inquérito que investiga a participação de pelo menos dois deles nos protestos. Veja abaixo a nota na íntegra:

“Mesmo não tendo organizado ou contribuído para quaisquer manifestações que tivessem por objetivo pedir a intervenção militar, os deputados federais abaixo nomeados, aliados a Jair Bolsonaro, rechaçam a tentativa de intimidação promovida por pseudos democratas”. E defendem o direito de “liberdade de expressão”, em referência à defesa de um golpe — o que o presidente já havia feito.

Num Estado que se pretende livre e democrático nada pode ser mais sagrado do que o direito à ampla liberdade de expressão a todo e qualquer cidadão, sobretudo em se tratando de parlamentares democraticamente investidos de representação popular.

“Ainda que sem terem apoiado ou incentivado atos desfavoráveis ao parlamento, ao STF ou qualquer outra instituição, lembramos que o nosso papel, como parlamentares, não se limita às funções de produção legislativa ou as de fiscalização dos demais Poderes, mas também as de emissão e formação de opinião pública, bem como o de promover o debate de ideias, absolutamente essenciais ao aprimoramento da democracia.

Aliás, o Supremo Tribunal Federal, em 2015, através do RE 600.063, sob a relatoria do Ministro ROBERTO BARROSO, firmou posicionamento nesse exato sentido: parlamentares são livres em suas manifestações políticas.

Pessoas portando faixas com críticas ao STF ou ao Congresso Nacional sempre existiram e existirão, em número insignificante perto da grande maioria da população, que tem sérias críticas, sim, a essas instituições, mas não deseja fechá-las, mas melhorá-las. Assim, respeitando as diferenças políticas próprias de um Estado Democrático de Direito, firmamos nossa crença nas instituições de nosso país, rechaçando quaisquer iniciativas voltadas ao alijamento da livre atividade parlamentar ou do tolhimento à liberdade de manifestação política dos cidadãos brasileiros”.

Assinam a nota Alê Silva, Aline Sleutjes, Bia Kicis, Bibo Nunes, Cabo Junio Amaral, Carla Zambelli, Caroline de Toni, Carlos Jordy,  Coronel Armando, Coronel Chrisóstomo, Chris Tonietto, Daniel Silveira, Daniel Freitas, Eduardo Bolsonaro, Felipe Barros, General Girão, Guiga Peixoto, Helio Lopes, Luís Ovando, Luiz Philipe de Orleans e Bragança, Luiz Lima, Márcio Labre, Major Fabiana, Major Vitor Hugo e Ubiratan Sanderson.