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Deputados torram dinheiro com ‘assessorias’ antes da verba de gabinete caducar e voltar para o tesouro

Parlamentar sem nome recebeu R$ 29 milhões do orçamento secreto
Câmara dos deputados.
Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Em dezembro de 2020, a Câmara dos Deputados patrocinou um gasto recorde da cota distribuída aos parlamentares para custeio de suas atividades legislativas. Os deputados federais ganharam um reembolso de R$ 26 milhões; 95% a mais do que a média verificada nos 11 meses anteriores (R$ 13,4 milhões), sendo um recorde.

A maioria do total do dinheiro foi usado para “divulgação da atividade parlamentar” e “contratação de consultorias e pesquisas”. O aumento dos gastos coincidiu com a chegada do prazo limite para o desembolso, uma vez que todo o dinheiro reservado para a cota de 2020 que não fosse usado até 31 de dezembro daquele ano voltaria para os cofres públicos.

Vinicius Gurgel (PL-AP), por exemplo, que até então não havia gastado mais de R$ 40 mil da cota em nenhum mês até novembro, desembolsou R$ 142 mil em dezembro, sendo R$ 120 mil para um mesmo escritório de advocacia, Aquino Albuquerque e Rocha, pelo serviço de “consultoria, pesquisa e trabalhos técnicos”.

O deputado Fabio Reis (MDB-SE) também segue o mesmo padrão; em dezembro, seu gasto total foi de R$ 102 mil contra média de R$ 26 mil nos meses anteriores. Já o bolsonarista Éder Mauro (PL-PA), que já havia inclusive usado verba da cota para publicar outdoors com propaganda de Jair Bolsonaro, gastou R$ 166 mil em dezembro de 2020, sendo R$ 40,5 mil novamente com outdoors em Belém e cidades do interior.

Em um deles, aparece sua foto e a legenda em que afirma que destinou R$ 846 milhões ao Pará em emendas ao Orçamento. Outros R$ 60 mil foram gastos em 80 mil panfletos de divulgação de suas atividades parlamentares.

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