Desesperado, Bolsonaro tenta atrair antigos aliados e militares em campanha

Foto: Tercio Teixeira
Resgate de aliados e busca de apoio dos militares são as estratégias da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) que tenta se reeleger. O desespero bateu à porta, já que ele aparece com rejeição nas pesquisas e insiste em ataques diretos ao sistema eleitoral que lhe deu o cargo de chefe do Executivo em 2018.
Ele tem dado protagonismo ao ex-ministro Walter Braga Netto, que é cotado a vice, para manter a proximidade com ala militar. O general Braga Netto deixou o comando do Ministério da Defesa em abril e se filiou ao PL para compor a chapa com Bolsonaro. Braga Netto tem sido usado por políticos próximos ao mandatário para conectar a ala militar e do bolsonaristas para perto dos aliados do Centrão. O general ficou responsável pela construção do programa de governo e deve reunir dados de entregas dos ministérios e apresentar um planejamento da administração para os próximos quatro anos.
Já os apoiadores do Centrão pressionam o presidente para indicar a ex-ministra Tereza Cristina (PP) para o posto. Bolsonaro também resgatou o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten para tentar apaziguar a disputa entre a ala comandada por aliados do Centrão, e a das redes sociais, liderada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Aliado de primeira hora que trabalhou na campanha presidencial há quatro anos, ele deixou a Secretaria de Comunicação da Presidência no ano passado, após desgastes internos no Planalto e em ministérios estratégicos.
Nomes como o da advogada Caroline Maria Lacerda e o do ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Tarcísio Vieira de Carvalho Neto também ganham forma. Para a parte operacional das agendas e dos materiais de campanha, Ciro Nogueira chamou o empresário José Trabulo Júnior.