Dia do Orgulho: as igrejas que acolhem pessoas LGBTQIAPN+

Em um país que lidera o ranking mundial de assassinatos contra pessoas LGBTQIA+, igrejas inclusivas em São Paulo têm se tornado refúgios que unem fé e acolhimento. A pastora Ivana Warwick, travesti e líder na Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), lembra o “silenciamento autoinfligido” de sua infância evangélica antes de se assumir.
“Quando era só desespero e angústia, sonhava em poder me arrumar e ir à igreja. Foi uma alegria imensa quando vi que isso era possível”, relatou em entrevista ao Metrópoles.
Marcos Gladstone, pastor gay da Igreja Cristã Contemporânea (ICC), viveu drama similar. “Eu não conseguia mais viver minha fé. Nenhum lugar me aceitava”, contou sobre o período em que quase abandonou a religião que seguia desde os 14 anos. A descoberta da teologia inclusiva foi transformadora para ambos. Em 2002, Marcos criou o primeiro blog em português sobre o tema, traduzindo artigos em inglês por falta de material disponível.
Essas comunidades religiosas desafiam a tradição conservadora ao oferecer cultos onde orientação sexual e identidade de gênero não são barreiras para a espiritualidade. “De vez em quando eu ia a alguns cultos, mas não podia me assumir”, lembrou Gladstone, destacando como esses espaços preenchem uma lacuna crucial.