Dinheiro em caixa de vinho: por que Cid demorou tanto para delatar Braga Netto

O tenente-coronel Mauro Cid declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que demorou a relatar à Polícia Federal sobre a entrega de dinheiro, dentro de sacos de vinho, pelo ex-ministro Walter Braga Netto porque estava em estado de choque com a prisão de amigos militares. A informação consta na ata da acareação entre Cid e Braga Netto realizada nesta terça-feira (24). “O réu colaborador disse que não mencionou o dinheiro por estar abalado com a prisão de companheiros”, registrou o documento.
Em novembro de 2024, a PF prendeu cinco suspeitos de planejar assassinatos contra autoridades, incluindo os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, amigos de Cid. As vítimas seriam o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula (PT), o vice Alckmin (PSB) e o ex-ministro José Dirceu (PT). “Fui surpreendido pelas acusações”, justificou o militar sobre a omissão inicial.
Cid só revelou o episódio do dinheiro durante audiência com Moraes em novembro passado, quando seu acordo de delação premiada corria risco de ser anulado. Questionado por advogados de Braga Netto sobre por que não informou antes a PF, o tenente-coronel manteve a justificativa: “Estava em choque”.