Direita nacionalista avança em Portugal

De Giuliana Miranda na Folha de S.Paulo.
Portugal, que até pouco tempo atrás parecia resistir ao avanço da onda de direita radical que se espalha pela Europa, assiste agora a um aumento da popularidade de iniciativas deste tipo.
Pesquisas de intenção de voto mostram que o recém-criado Chega, partido populista calcado em propostas nacionalistas e discurso antissistema, tem crescido em popularidade, igualando ou até ultrapassando o desempenho de legendas tradicionais da política lusitana.
Em outubro de 2019, a agremiação conseguiu eleger seu primeiro deputado.
Levantamento feito pela Intercampus indica que, se as eleições fossem hoje, o partido teria 6,2% dos votos, superando o CDS-PP, tradicional sigla da centro-direita, e muito próximo do desempenho do Partido Comunista Português, um dos protagonistas desde a redemocratização, em 1974.
Surfando na onda conservadora, o midiático líder do Chega, André Ventura (que é também o representante do partido no Parlamento) anunciou que vai concorrer às eleições presidenciais de janeiro de 2021.
Portugal é uma democracia parlamentar, onde o chefe de governo é o primeiro-ministro. O presidente da República tem uma função essencialmente institucional, embora com poder de vetar leis e ainda de dissolver a Assembleia de República e convocar novas eleições.
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