Diretor de museu da Bahia pede demissão por causa de exigências de programa de Regina Casé
Do blog Artes Visuais, de Reynivaldo Brito:
A prepotência mais uma vez sai vitoriosa. Já venho falando há algum tempo que a cultura na Bahia é relevada a um plano secundário.
Agora, a vítima foi o Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA, que será palco de uma gravação de um programa de segunda linha da TV Globo chamado de “Esquenta”, que tem como apresentadora a Regina Casé.
Todo museu ou outra instituição cultural qualquer tem normas, que são traçadas visando a sua integridade, e principalmente, a funcionalidade. O MAM-BA tem um regulamento que determina que gravações, fotografias e outras atividades semelhantes são sempre liberadas para as segundas-feiras, quando está fechado à visitação pública.
Acontece que a produção deste programa insistia que queria gravar na terça-feira, quando o museu está em funcionamento, com o que não concordou o então diretor Zivé Giudice. Inconformados com a negativa, os funcionários da estação de televisão foram até o IPAC, e conseguiram uma “autorização” do diretor, o arquiteto João Carlos de Oliveira, para realizar a filmagem na terça-feira.
Inconformado, Zivé entregou o cargo. Este fato lamentável foi imediatamente repercutido no meio artístico baiano como um claro desrespeito não somente ao diretor do MAM-BA mas, a todo segmento artístico da Bahia, que tem este museu como um ícone da nossa cultura.
Zivé mesmo sem apoio e recursos vinha realizando um trabalho exemplar à frente do museu devido a seu tirocínio e ajuda de vários artistas, principalmente, os de sua geração. O Secretário de Cultura, Jorge Portugal, apoiou a decisão do diretor do IPAC, João Carlos atendendo à solicitação da produção do programa da TV Gobo que vai gravar nas instalações do Solar do Unhão.