Diretor do Butantã prevê 5 mil mortes diárias em abril e cobra medidas mais rígidas de combate à covid
Depois de um mês com o maior número de mortes por Covid no Brasil, especialistas voltaram a defender restrições mais duras para enfrentar a pandemia. Sem elas, esses especialistas enxergam um retrato ainda mais sombrio na rotina de infectados e de mortos. (…)
Hospitais lotados, enterros em sequência, até durante a noite. Os números retratam a dimensão da tragédia. Diante desse cenário, pesquisadores e cientistas dizem que o país precisa de uma estratégia para controlar a circulação do vírus e, ao mesmo tempo, ampliar a vacinação contra a Covid.
“Nós estamos acelerando para o precipício, estamos com o número de casos e de mortes muito grande. Todos os dias e esses números têm tido uma tendência de aumento ao logo das últimas semanas. Tanto que nós somos atualmente o país com maior número de mortes por dia no mundo”, diz Claudio Maierovitch, médico sanitarista da Fiocruz de Brasília.
O médico sanitarista Cláudio Maierovitch, ex-diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, defende uma medida mais dura para reduzir a circulação do vírus.
“Uma medida de restrição que se possa dar o nome de lockdown ou algo parecido, em que a maior parte das pessoas fica em casa e que todo tipo de aglomeração está proibido e que a frequência a lugares que envolvem atividades que não são essenciais também está proibida. Maior exemplo que nós tivemos acho que foi do município de Araraquara, que estava numa situação caótica do ponto de vista da ocupação dos seus leitos hospitalares e de UTI, impôs uma medida rígida de restrição e agora o município teve uma diminuição brutal do número de casos e já tem uma situação mais equacionada no seu sistema de saúde”, afirma Maierovitch. (…)