Discursos de ódio foram menos apagados em 2021 pelo Facebook

A União Europeia disse que o Facebook e YouTube estão excluindo menos discursos de ódio em 2021 em comparação com 2020. Há uma pressão para uma regulamentação mais rígida das redes sociais.
A afirmação sobre a diminuição de eliminação de discursos de ódio foi feita pela equipe que trabalha na revisão anual das plataformas feita pela UE. Twitter, Instagram e TikTok também foram citados.
Entre março e abril, as redes sociais eliminaram uma média de 62,5%. No mesmo período de 2019 e 2020, as exclusões foram de 71%.
Discursos de ódios xenofóbicos e homofóbicos são os mais denunciados, segundo a União Europeia. Ao todo, foram realizadas 4,5 mil denúncias.
Diante desses problemas, a UE já prepara uma regulamentação rígida e ampla, reforçando os poderes do bloco. Depois que for aprovada, as redes sociais vão poder ser multadas, caso não trabalhem contra os conteúdos ilegais.
As empresas digitais também terão que ter maior transparência sobre os critérios que os usuários terão que seguir. Todo o trabalho tem sido discutido no Parlamento europeu e no Conselho Europeu.
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Facebook amplifica discursos de ódio e põe lucro acima da segurança, diz ex-funcionária
A ex-gerente de produtos do Facebook Frances Haugen deu uma entrevista ao programa “60 Minutes”, da rede de TV CBS. Ela fez várias denúncias sobre a plataforma. Também assumiu ser a autora do vazamento de dezenas de milhares de páginas com documentos da gigante da internet ao The Wall Street Journal.
Nos vazamentos há evidências de que a companhia de Mark Zuckerberg mentiu sobre o combate ao discurso de ódio, violência e fake news na plataforma. O material mostra ainda que os dados forjados de engajamento contra essas ocorrências enganaram investidores.
“Houve conflitos de interesse entre o que era bom para o público e o que era bom para a companhia. E o Facebook, repetidas vezes, optou por otimizar em favor de seus próprios interesses, como para ganhar mais dinheiro”, afirmou Haugen.
A ex-funcionária afirma que o Facebook desmontou sua equipe de “integridade cívica” logo após a eleição de 2020, assim que Joe Biden foi declarado vencedor, contribuindo para a disseminação de fake news e postagens agressivas que culminaram com a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro deste ano por seguidores radicais de Donald Trump.