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Ditadura assassina: Justiça do Chile constata que ex-presidente foi assassinado durante governo Pinochet

Eduardo Frei Montalva (Foto: Wikimedia Commons)

Da Folha:

A Justiça chilena determinou na quarta-feira (30) que a morte do ex-presidente Eduardo Frei Montalva, ocorrida em 1982, na Clínica Santa María, em Santiago, na verdade foi um assassinato, e não decorrência de complicações de uma hérnia, como constava em seu atestado de óbito oficial.

O Chile vivia sob a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). O partido de Frei Montalva, o da democracia cristã, havia sido favorável ao golpe militar que culminou com o fim do governo e da vida do então presidente Salvador Allende (1908-1973). Porém, Frei Montalva se descolou da visão do partido e se transformou em um crítico da ditadura.

A família contestou o resultado dos laudos e, desde 1982, pede a investigação do caso. O que o juiz Alejandro Madrid decidiu nesta semana foi que seis pessoas foram responsáveis por sua morte, com o uso de uma substância que poderia ter agravado seu estado: dois médicos, dois ex-integrantes do CNI, o serviço de inteligência do regime, e dois enfermeiros. Foram condenados a penas de 3 a 6 anos.

A família de Frei Montalva, porém, disse que vai apelar por uma sentença mais dura, a de homicídio qualificado e premeditado, porque acreditam que foi usado veneno. Como está, segundo juristas chilenos, a sentença dá brecha para apelação por parte dos condenados.

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