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Dívida de R$ 10 mil levou enfermeiro a aplicar dose fatal no amigo agiota

Fachada do Hospital São Paulo, onde ocorreu o crime. Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a condenação de 14 anos de prisão para o técnico em enfermagem José Carlos da Silva Santos, acusado de matar o amigo e agiota Fernando Luiz dentro de hospital, em 2015. O crime ocorreu após o réu aplicar uma dose letal de medicamentos controlados para se livrar de uma dívida de R$ 10 mil. A decisão da 4ª Câmara de Direito Criminal confirmou a sentença em regime fechado.

Segundo o Ministério Público (MP), José levou a vítima a uma sala restrita do hospital e aplicou as substâncias Midazolam e Fentanil, usadas indevidamente em doses que causaram edema agudo de pulmão. Câmeras de segurança registraram o réu entrando e saindo da sala diversas vezes na noite do crime.

O laudo necroscópico comprovou a presença dos medicamentos no corpo da vítima, contrariando a versão do acusado, que alegou ter usado apenas soro fisiológico. Durante o julgamento, o juiz Roberto Zanichelli Cintra reconheceu três qualificadoras no crime: motivo torpe, por conta da dívida; meio cruel, devido à dor causada pelas drogas; e recurso que impossibilitou a defesa, já que o crime ocorreu em ambiente hospitalar.

“O próprio réu informa ter tomado R$ 10.000 emprestados da vítima a serem pagos em dez prestações, e que ainda restavam parcelas a serem quitadas”, registrou o magistrado. A defesa recorreu pedindo a anulação do júri, alegando ausência de provas e falhas no exame toxicológico, mas o TJ rejeitou o recurso. O relator, desembargador Roberto Porto, concluiu que a decisão do júri foi legítima.