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Dívida de R$ 40 milhões faz ex-donos pedirem falência da FMU

Campus Santo Amaro da FMU, na Zona Sul de São Paulo. Foto: Reprodução

As famílias fundadoras da FMU solicitaram à Justiça a conversão da recuperação judicial da instituição em falência. Apesar de não serem mais proprietários, os ex-donos mantêm 18 prédios usados pelos centros universitários e afirmam que a atual administração acumula cerca de R$ 40 milhões em aluguéis atrasados desde março, quando o processo de reestruturação foi iniciado. Eles alegam que a inadimplência ocorre de forma “deliberada, injustificável e ilícita” e sustentam que a instituição atravessa uma “insolvência estrutural disfarçada sob o manto da recuperação judicial”.

O pedido foi encaminhado à 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo o advogado João Ricardo Pacca, que representa as famílias Alves da Silva e Fioravante, o grupo está disposto a negociar, e uma redução temporária do aluguel chegou a ser discutida. O defensor afirma que a dívida total relacionada aos imóveis chega a R$ 300 milhões, envolvendo também débitos de IPTU. Ele aponta que a falta de pagamento começou após a venda da FMU ao Grupo Laureate, em 2013, e que o impasse pode resultar em ações de despejo.

A FMU, controlada pelo fundo Farallon desde 2020, não se manifestou até a publicação da reportagem. O processo de recuperação judicial foi iniciado em março para reorganizar dívidas de R$ 130 milhões, após a instituição relatar impactos da pandemia, aumento da inflação e queda na renda das famílias. Uma assembleia de credores está marcada para os dias 19 e 26 de novembro, quando será discutido o plano de reestruturação financeira apresentado pela universidade.