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Dobradinha nordestina: prato polêmico e cheio de sabor

Dobradinha. Foto: Reprodução

A dobradinha é um clássico da culinária brasileira que desperta amores intensos e algumas resistências. Feita com bucho bovino (também conhecido como dobradura), feijão branco e uma combinação de temperos marcantes, ela carrega séculos de história e simboliza fartura nas mesas populares, especialmente em ocasiões especiais ou almoços de domingo em família. É um prato que rende muito e, por isso, sempre foi ideal para alimentar grandes grupos.

O preparo começa com a limpeza cuidadosa do bucho, que deve ser bem higienizado e cozido por longas horas até atingir a textura macia e agradável. Em seguida, ele é refogado com ingredientes que realçam o sabor: alho, cebola, tomate, pimentão, cheiro-verde e, frequentemente, pedaços de linguiça calabresa ou bacon, que acrescentam um toque defumado. Quando o feijão branco, já cozido, se junta à panela, a mistura se transforma em um ensopado rico e encorpado.

Servida quente, a dobradinha combina muito bem com arroz branco soltinho, mas também pode ser apreciada sozinha, com um fio de azeite e gotas de pimenta. Em muitas regiões do Brasil, é considerada um prato de resistência, que aproveita cortes menos nobres com criatividade e sabor.

Mais que uma receita, a dobradinha é uma experiência de identidade cultural, memória afetiva e valorização da cozinha de raiz. Quem prova com mente aberta pode se surpreender com a profundidade de seu sabor.