Documentos sigilosos obtidos na CPI da Covid serão destruídos pelo Senado

O Senado Federal vai destruir documentos sigilosos obtidos pela CPI da Covid-19 que dizem respeito à produtora Brasil Paralelo e da empresa OPT Incorporadora, investigadas pela comissão. A medida cumpre uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acatou o pedido da defesa das duas empresas.
O pedido é de que os documentos sejam destruídos fisicamente. A justificativa apontada foram os dados das empresas, obtidos por meio de quebras de sigilo, que teriam sido vazados.
A Brasil Paralelo foi investigada pela comissão por disseminar informações falsas sobre a pandemia da Covid-19 em sites com orientação de direita. A OPT foi acusada de ter relações com a Precisa Medicamentos, que foi responsável por intermediar a venda da vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde.
Empresas ficaram de fora do relatório final
A Brasil Paralelo e a OPT Incorporadora ficaram de fora do relatório final da CPI, que pediu o indiciamento de 80 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Os pedidos foram encaminhados à Procuradoria-Geral da União (PGR), mas ainda não foram levados para frente.
Os senadores que participaram da cúpula da CPI ficaram indignados com a decisão. “Estranhamente nós ficamos sabendo disso hoje. Não posso eu, como pessoa física, recorrer. A CPI agora é do Senado, e o Senado tem a obrigação de recorrer”, disse Omar Aziz (PSD).
Os documentos serão destruídos em uma cerimônia fechada dentro do Senado Federal junto com representantes das empresas, que acompanharão o processo de forma remota.