Doleiro Lúcio Funaro negocia delação com o mesmo advogado de Rocha Loures e quer entregar Temer
Do Valor:
Principal operador financeiro do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio Bolonha Funaro está negociando um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Preso em Brasília desde julho do ano passado, ele pretende citar o presidente Michel Temer em seu depoimento.
Funaro é cliente do criminalista Cezar Bitencourt, que nesta semana assumiu também a defesa de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer flagrado com uma mala recheada de propina. O advogado diz ser contrário ao uso da delação, mas garante que o interesse de seus clientes é prioridade. Funaro, preso, e Rocha Loures, solto, querem falar.
As duas colaborações, se confirmadas, podem comprometer seriamente o governo Temer, que ainda tenta se recuperar do estrago causado pela delação da JBS.
Funaro foi protagonista do primeiro episódio em que o nome de Temer apareceu na esteira da Lava-Jato. Executivos da Odebrecht disseram em delação premiada que o doleiro entregou um pacote com R$ 1 milhão ao empresário José Yunes, amigo de Temer. Após a denúncia, Yunes pediu demissão do cargo de assessor especial do presidente.
O empresário, magoado, disse que não conhecia o conteúdo do pacote. O nome dele, porém, apareceu novamente na delação da JBS, quando Joesley Batista confidenciou a Rocha Loures ter entregue R$ 2 milhões a Yunes.
Ontem, o ministro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, concedeu prisão domiciliar a Roberta Funaro, irmã do doleiro, presa no último dia 18 na Operação Patmos. Ela foi flagrada pela Polícia Federal (PF) recebendo dinheiro da JBS em favor do irmão.
(…)
