Doméstica é resgatada após 36 anos em situação análoga à escravidão no Recife

O Ministério do Trabalho e Emprego resgatou, no Recife, uma trabalhadora doméstica de 54 anos que passou 36 anos em situação análoga à escravidão. A vítima, explorada desde os 17 anos, não recebia salário, tinha liberdade severamente restrita e apresentava ferimentos nos pés. O caso foi divulgado nesta quinta-feira e ocorreu em uma residência da capital pernambucana, onde ela cumpria rotinas rígidas e sofria intimidações constantes. Com informações do Uol.
Auditores fiscais identificaram um cenário de “extrema vulnerabilidade”, marcado por isolamento social, dependência forçada e jornadas exaustivas. Segundo o MTE, as condições impostas tinham o objetivo de impedir qualquer tentativa de rompimento do vínculo ou denúncia. Após o resgate, a mulher foi acolhida por familiares e passou a receber acompanhamento da Assistência Social do município.
Os empregadores não pagaram verbas rescisórias, mas firmaram acordo com o Ministério Público do Trabalho reconhecendo o vínculo empregatício desde 1989 e se comprometendo a pagar indenizações por danos morais e materiais. Além disso, poderão ser responsabilizados civil e criminalmente após o fim das investigações conduzidas pelos órgãos competentes.
O Ministério do Trabalho reforça que casos de trabalho análogo à escravidão podem ser denunciados por qualquer pessoa, de forma anônima, por meio do Sistema Ipê ou pelo Disque 100, que funciona 24 horas. Os canais também recebem relatos de violações de direitos humanos e oferecem atendimento via WhatsApp, Telegram e videochamada em Libras.
