Dono da Alfacon ataca internauta que critica seu curso e se vangloria por ser bolsonarista

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O empresário Evandro Guedes, sócio da Alfacon, escola que ensina tortura em aulas a futuros policiais, atacou uma internauta na rede social após ela criticar a prática de “câmara de gás”, que causou a morte de Genivaldo de Jesus, de “patricinha maconheira”, “puta” e “feiosa”, segundo reportagem do portal Metrópoles.
Guedes ameaçou processar a seguidora e disse que “arrasta multidões” a seu curso. Durante a discussão, o dono do Alfacon se vangloriou, como se fosse um autoelogio, que é “bolsonarista” e “milionário”. Ele disse ainda que será candidato ao Senado. Guedes, porém, é filiado ao PL, mesmo partido do presidente, que já tem candidato ao Senado no Paraná, o Paulo Martins.
Na semana passada, foi revelado que o dono da Alfacon também já disse falas racistas e violentas em suas aulas. Numa delas, ele disse que “descobriu que gosta de bater nas pessoas”.
“O desgraçado do favelado. É isso mesmo, feio para caralho, mijou na latinha de Coca-Cola e mandou, num calor desgraçado 4 e meia da tarde num domingo. Aquela porra bateu nas minhas costas e até hoje eu tenho uma raiva… E a latinha subiu e o xixi veio, chegou a entrar no meu nariz, fiquei todo mijado. Porra, mijo de favelado, a porra dos favelados, a crioulada, todo mundo rindo. O capitão mandou bater em todo mundo. Foi o primeiro ato de execução de maldade e crueldade que eu fiz, puta que pariu. Ali eu descobri que eu gosto de bater nas pessoas, e ponto. É uma coisa que eu gosto de fazer, e tive que me controlar por anos para não dar merda”, disse Guedes em um vídeo denunciado pelo ativista do movimento negro Douglas Belchior.
Diversos vídeos do curso preparatório para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outros órgãos vieram à tona após a ação da PRF que causou a morte de Genivaldo em Umbaúba, Sergipe, em uma “câmara de gás” improvisada dentro de uma viatura. As gravações mostram professores ensinando a prática.