Donos de ônibus apreendidos durante atos golpistas gastam até R$ 20 mil para liberação de veículos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os motoristas de ônibus e empresas de transporte pudessem resgatar os veículos apreendidos após os ataques golpistas de 8 de janeiro, pois a Polícia Federal identificou alguns dos financiadores dos atos e entendeu que as empresas foram contratadas.
Mas, alguns proprietários têm dificuldades para retirar os veículos, pois tratam de profissionais sem vínculos com empresas de turismo. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) só permite que os ônibus saiam dos pátios após o pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos. Os valores, segundo os motoristas, podem chegar até R$ 20 mil, inviabilizando o resgate.
“Tivemos que pagar R$ 18 mil de pátio. Se eles resolverem pegar de volta [os ônibus], vão pegar. Estamos sendo injustiçados por estarmos trabalhando”, disse Odair José Vitali, que teve seu veículo apreendido. Já o motorista Robson Paggin, que viveu a mesma situação, contou que se surpreendeu quando soube que teria que pagar quase R$ 20 mil: “Acabei pegando emprestado de um amigo e, para pagar o amigo, tive que dispor de um carro. É um desespero o que estamos passando”.