Apoie o DCM

Dragão azul fecha praias na Espanha após avistamentos inéditos

Glaucus atlanticus, os dragões azuis. Foto: reprodução

O aparecimento do dragão azul (Glaucus atlanticus) obrigou autoridades espanholas a interditarem praias em pelo menos quatro ocasiões nas últimas semanas. Apesar de medir apenas três a quatro centímetros, o animal pode causar queimaduras dolorosas, náusea e vômito ao entrar em contato com a pele. Um dos casos mais graves ocorreu nas Ilhas Canárias, onde uma criança precisou de atendimento hospitalar após suspeita de picada.

O pequeno molusco marinho vive em mar aberto, flutuando de cabeça para baixo e acumulando células urticantes de presas como a caravela-portuguesa. Esses nematocistos são armazenados em estruturas chamadas cerata e liberados quando o animal se defende. Embora não seja letal, o contato exige cuidados médicos imediatos, e especialistas orientam a não tocar no dragão azul mesmo com luvas.

Os registros recentes em Guardamar del Segura, Andaluzia, Lanzarote, Cádiz, Valência e até em Maiorca, onde não havia avistamentos desde 1916, levantaram a hipótese de que a espécie esteja se tornando mais frequente no Mediterrâneo. Pesquisadores relacionam o fenômeno ao aquecimento das águas, que neste verão europeu ultrapassaram 28 °C. Autoridades seguem monitorando a costa e recomendam que banhistas apenas fotografem e notifiquem ocorrências, sem jamais manipular o animal.