“Droga da produtividade”: o remédio para TDAH que virou moda entre jovens

Cada vez mais jovens entre 20 e 35 anos estão usando Venvanse de forma irregular para tentar manter uma rotina de alta produtividade. O medicamento, indicado apenas para casos diagnosticados de TDAH e compulsão alimentar, virou uma espécie de “atalho” para quem precisa estudar, entregar tarefas com prazos apertados ou até manter o pique em festas e treinos. O problema é que o uso sem acompanhamento médico, em doses exageradas e combinado com outras substâncias como cafeína e energético, pode levar a colapsos físicos e mentais.
Derivado da anfetamina, o Venvanse atua no sistema nervoso central, aumentando os níveis de dopamina e noradrenalina. Em pacientes com TDAH, ele tem efeito terapêutico comprovado. Mas, em pessoas sem diagnóstico, essa ação vira um gatilho de euforia funcional que logo dá lugar à sobrecarga e queda de desempenho. Além de causar insônia, ansiedade e alterações no coração, o uso prolongado pode induzir dependência psicológica: ao experimentar uma falsa sensação de “alto rendimento”, muitos relatam que não conseguem mais ser produtivos sem a droga.
Casos extremos relatados por médicos mostram os riscos: um paciente de 30 anos, por exemplo, misturou o remédio com cafeína e acabou internado com crise hipertensiva. Outro, atleta de alto rendimento, precisou de um implante cardíaco após sofrer arritmia. Segundo especialistas, o uso crescente do Venvanse fora das indicações está ligado a um mercado paralelo com vendas pela internet, receitas falsas e prescrição off-label sem critério técnico adequado.