Edital do Ministério da Economia favorece BTG, ex-banco do próprio Paulo Guedes

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Da CartaCapital.
Na véspera de anunciar o vencedor ou vencedores de um polêmico processo seletivo de fornecedor de produtos e serviços mais baratos para 1,2 milhão de servidores públicos, o Ministério da Economia foi acusado de tentar favorecer bancos. E entre estes, particularmente o BTG Pactual, do qual o ministro Paulo Guedes é um dos fundadores e que tem feito bons negócios no atual governo.
A acusação surgiu em uma audiência pública realizada na Câmara nesta segunda-feira 4 sobre o processo de escolha. Partiu de três personagens: Gilberto Lima, presidente do Instituto Illuminante de Inovação Tecnológica e Impacto Social, Flavio Werneck, diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Federais, e Roberto Niwa Camilo, dono da Markt Club.
Coube a Camilo, empresário interessado diretamente no assunto, ligar a iniciativa do governo ao BTG. Segundo ele, uma das firmas aprovadas em uma etapa inicial do processo seletivo apresentou uma carta de recomendação do BTG. Trata-se da Allya, startup na qual o banco anunciou, em julho, que faria fé este ano. O time de Guedes lançou o processo três semanas depois desse anúncio.
CartaCapital relatou em setembro as controvérsias do processo e a presença da Allya como competidora. No Congresso, mais de um parlamentar comenta nos bastidores que o Ministério da Economia bola medidas favoráveis ao BTG.
O presidente do BTG, André Esteves, foi estagiário de Guedes no banco no passado. Preso em 2015 na Operação Lava Jato, voltou ao cargo no fim de 2018, a tempo de ver a posse do ministro da área vip. Em agosto passado, Esteves recebeu outra visita da Lava Jato, com base na delação de Antonio Palocci. Em outubro, o banco também foi alvo de busca e apreensão graças ao delator petista.
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