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Educafro processa dono bolsonarista da RedeTV! por racismo e pede R$ 6 milhões

Marcelo de Carvalho é um dos proprietários da RedeTV!. Foto: Divulgação

O apresentador e um dos donos da RedeTV!, Marcelo de Carvalho, está sendo processado pela Educafro, uma organização dedicada à inclusão de pessoas negras e de baixa renda em universidades privadas. Ele é acusado de racismo devido a um comentário feito em sua conta no X (anteriormente Twitter) na semana passada.

De acordo com documentos obtidos pela coluna, a Educafro entrou com a ação no Tribunal de Justiça de São Paulo, exigindo uma reparação de R$ 6 milhões de Carvalho. A acusação se baseia em uma publicação em que o apresentador relatou que o irmão de seu filho mais velho havia sido assaltado em Barcelona, mencionando que o assaltante “tinha aparência africana”.

Carvalho fez comentários depreciativos sobre a imigração africana, o que foi classificado pela Educafro como um ato de “racismo claro e extremo”. Na ação, a Educafro argumenta que associar crimes a grupos étnicos específicos, como no caso da associação entre africanos e criminalidade, reforça estigmas históricos de racismo e xenofobia.

A entidade solicita uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos, além do financiamento de bolsas de estudo para afrodescendentes no valor de R$ 1 milhão. A Educafro também pede que Marcelo de Carvalho se retrate publicamente e participe de um curso de educação antirracista como parte da reparação.

Marcelo de Carvalho se pronunciou após o ocorrido:

O post expôs, sem juízo de valor, a subsunção de um fato específico – não genérico – à constatação sobre o impacto na segurança pública especificamente da Europa, da imigração ilegal eminentemente proveniente da África, com base em dados estatísticos, ocorrências policiais e relatos amplamente documentados na imprensa, que demonstram claramente um aumento de violência, assaltos, estupros e radicalismo islâmico promovido majoritariamente pelos grupos migratórios.

Não se tratou e sequer houve uma extensão do raciocínio em nenhum momento para afrodescendentes brasileiros, nem se elaborou crítica subjetiva sobre o comportamento de pessoas de determinada etnia ou nacionalidade, limitando-se à notória e documentada violência na Europa. Não houve nenhuma associação a que afrodescendentes promovam violência ou sejam infratores da lei aqui. Embora não tenha sido oficialmente cientificado da tal ação judicial, percebe-se que ela é infundada, senão risível, pois procura explorar uma declaração de um fato específico como se abrangesse um todo e por isso destoa da seriedade com que devem ser tratados os assuntos levados à apreciação judicial, além do que o astronômico valor da indenização pretendida, sem nenhuma base, traz à tona a ganância por trás da vil iniciativa da entidade que a intentou.