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Eleições: Doria e Witzel se descolam de Bolsonaro mas continuam na draga

Wilson Witzel e João Doria Jr. Foto: Wikimedia Commons

De Adriana Ferraz, Caio Sartori e Fábio Grellet no Estado de S.Paulo.

Potenciais adversários do presidente Jair Bolsonaro em 2022, os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio, Wilson Witzel (PSC), terminaram 2019 descolados da bandeira bolsonarista que os levou à vitória na eleição e dispostos a trilhar estratégias que os tornem competitivos nacionalmente. Mas ambos enfrentam arranhões, justamente na área que os aproxima do presidente: a segurança pública. Ex-juiz, Witzel viu seu governo bater o recorde de mortes provocadas pela polícia e Doria fechou o ano obrigado a afastar policiais após o registro de nove mortes em um baile funk.

Ancorados na onda conservadora que marcou a disputa de 2018, ambos fizeram campanha endurecendo o discurso contra a criminalidade, mas, neste ano, apesar de reafirmarem suas políticas na área, tentaram moderar suas posturas na tentativa de se contrapor ao governo federal.

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No discurso político, além de tentar se contrapor a ideais que regem o governo Bolsonaro, Witzel alicerça seu antagonismo no método de governar. Chamou o presidente de “despreparado” e tem declarado que o Planalto não sabe dialogar com os governadores. “A pauta dele é muito mais ideológica do que concreta”, disse em um café com a imprensa.

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Já Doria, que comemora queda nos índices de homicídio e latrocínio (mas não de estupro) em 2019, teve de lidar, no último mês do ano, com uma crise que o projetou nacionalmente, mas de forma negativa. Durante ação policial em Paraisópolis, a segunda maior favela da capital, nove jovens que participavam de um baile funk morreram asfixiados em vielas fugindo da polícia. A divulgação de imagens mostrando violência por parte dos agentes complicou mais a situação do tucano, que se viu obrigado a recuar de uma postura inicial de aprovação à conduta policial para ordenar o afastamento de 38 Pms.

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