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Elio Gaspari afirma que Bolsonaro pode atrapalhar vacinação em SP e pergunta: “Cadê a vacina federal?”

Elio Gapsari. Foto: Wikimedia Commons

Da Coluna de Elio Gaspari na Folha de S.Paulo.

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“Precisamos compreender de uma vez por todas que nós só aplicaremos vacinas no Brasil registradas na Anvisa.”

Com décadas de serviço nos quartéis, o general Pazuello aprendeu a falar como comandante. Como ministro da Saúde deveria aprender que não manda nas suas audiências. Dizer a quem quer que seja que não deve mais falar em afastamento social é uma indelicadeza, se não for uma bobagem. Quando ele diz que “precisamos compreender de uma vez por todas” que o governo só patrocinará vacinas aprovadas pela Anvisa, diz uma platitude. O problema é outro: Cadê a vacina federal?

Natasha recomenda gentilmente ao general entender que seu desempenho terá uma avaliação cronológica. A vacina chegará a diversos países em janeiro, inclusive à Inglaterra e ao México, cujos governos foram negacionistas. Pazuello não sabe precisar o mês do início da vacinação no Brasil e acha razoável que metade da população de Pindorama só consiga ser imunizada no segundo semestre do ano que vem. Em São Paulo a vacinação vai começar em janeiro, a menos que Pazuello e Bolsonaro queiram atrapalhar, metendo-se numa ridícula Revolta da Vacina 2.0. Quando Natasha era uma mocinha e os generais se metiam onde não deviam, ela teve que ir a Montevideo para ver o filme “Último Tango em Paris”. (Achou-o muito chato.)

Natasha morre de medo de ter que viajar ao exterior para ser vacinada.

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