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Elio Gaspari: Pazuello foi o gerente do desastre na pandemia

O ministro Eduardo Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro Foto: Divulgação

Em sua coluna na Folha, o jornalista Elio Gaspari detonou a gestão de Eduardo Pazuello como ministro da Saúde do governo Bolsonaro.

Ele afirma que o presidente transformou o general em bode expiatório e o “fritou”. Segundo Gaspari, Pazuello entrará para história como “gerente do desastre” da pandemia.

Leia alguns trechos abaixo:

Quando se acha que aconteceu de tudo o capitão consegue mais uma. Fritando o general que transformou em bode expiatório, chamou a Brasília a médica Ludhmila Hajjar para convidá-la.

Bolsonaro e Pazuello encarnam um tipo de comando primitivo, às vezes confundido com o folclore da caserna. O general entrou no Ministério da Saúde com uma tropa de ocupação. Colocou 25 oficiais da ativa e da reserva em posições de comando. Um tenente-coronel cuidava das aquisições de insumos estratégicos, outro, de sua logística. Deu no que deu. O coronel secretário-executivo usava um brochinho com uma caveira atravessada por uma faca.

Afora isso, o próprio general dirigiu-se a parlamentares como se fosse um sargento falando a recrutas: “Não falem mais em isolamento social”. (…)

Pazuello passará para a história do ministério como gerente de um desastre. Tornou-se bode expiatório por ter irradiado uma visão negacionista da pandemia. As vacinas de Manaus foram para Macapá, a avalanche de imunizantes não aconteceu e a Coronavac chinesa do governador João Doria revelou-se uma dádiva. Durante a última semana de sua gestão, o Brasil tornou-se um dos dez países com mais mortes por milhão de habitantes. Foi a consequência da “conversinha” da nova onda de contágios. (…)

Que o médico Marcelo Queiroga, nova variante da cepa de ministros de Bolsonaro, tenha sorte.