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Em artigo na Folha, Pedro Guimarães reclama de “massacre” e se defende de acusações

Fenae exige afastamento de Pedro Guimarães e investigação de denúncias. Imagem: Reprodução.

Acusado de vários casos de assédio sexual na Caixa Econômica Federal, o ex-presidente do banco Pedro Guimarães publicou um artigo na Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (4), em que se defende e reclama do “massacre insano e inquisitorial” que ele e sua família estariam sofrendo.

“Eu quero sofrer a mais profunda devassa”, diz o título do texto, em que ele afirma que está disposto a colaborar com as investigações.

“Não é um texto de defesa. É um posicionamento de vida. E o assumo aqui, com todas as suas consequências, que, aliás, não as temo nenhuma, pois o que eu e minha família estamos sofrendo é algo que no futuro será lembrado apenas pelo que é: um massacre insano e inquisitorial. Por isso, eu quero sofrer a mais profunda devassa a que uma pessoa pode ser submetida”, afirma Guimarães.

Leia um trecho abaixo:

Poucas coisas podem ser piores do que a situação em que uma vida inteira de correção e honestidade se vê tomada pela sombra de acusações baseadas apenas na palavra de alguns. No direito criminal, até mesmo a versão de um delator não vale nada se não vier acompanhada de provas materiais que a convalidem. Pois eu estarei agora na linha de frente para travar o bom combate, a luta pela verdade.

Informo que irei solicitar aos hotéis em que estive como presidente da Caixa Econômica Federal qualquer imagem minha nas suas dependências, durante o tempo de minhas hospedagens. Será que um assediador serial pediria ou permitiria a divulgação de conteúdos como esse? Claro que não. Pelo simples motivo de que o que se falou contra mim não é o que as provas demonstrarão.

Eu solicitarei à presidência da Caixa que me forneça todas as imagens, de todas as câmeras, da presidência, dos corredores, elevadores, garagens. Esse acervo todo eu quero ver exposto! E quero ver se há em todas essas horas um segundo sequer de comportamento impróprio, um ato atentatório contra uma única mulher.

Se não houver, o que dizer? Que eu era um abusador-serial-randômico? Que justamente nas horas e horas de gravações disponíveis, e feitas antes de eu sequer saber que poderia ser vítima de um asqueroso estratagema, eu mantinha um comportamento exemplar fictício? Ou será que o mais plausível não é a verdade:? Que as falas contra mim são mentiras e os fatos irão demonstrá-las.

Irei solicitar e submeter todos os meus e-mails à perícia por especialistas independentes: quantos assédios eles contêm? Quantas advertências recebi para que não me comportasse de maneira errada? Suponhamos que não haja um registro sequer de irregularidade. Que assediador serial é esse que, durante quase quatro anos, não digitou nada, não recebeu mensagem alguma de suas vítimas, não mandou nem recebeu áudio de assédio algum? Ou será que tudo não passou do que é: nada! (…)