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Em artigo na Nature, cientista diz que é possível usar reconhecimento facial para detectar orientação política

Do Estadão:

Reconhecimento facial

Michal Kosinski, controverso professor da Universidade Stanford, está de volta. O polonês de 38 anos descreveu em 2013 o uso de curtidas e testes no Facebook para decifrar a personalidade de uma pessoa –  a estratégia foi usada posteriormente pela consultoria política Cambridge Analytica (CA) para influenciar a opinião pública em episódios como as eleições americanas de 2016.

Após virar ‘profeta’ de um dos maiores escândalos da história da rede social, Kosinski passou a dedicar seus estudos a potenciais perigos à privacidade causados por tecnologias de  reconhecimento facial. Nesta segunda, 11, a prestigiada revista científica Nature publica o novo artigo do pesquisador, no qual afirma ser possível usar algoritmos de reconhecimento facial para detectar a orientação política das pessoas – ele havia antecipado ao Estadão em 2019 seu novo foco de pesquisas.

No experimento, Kosinski utilizou um algoritmo de reconhecimento facial de código aberto, o VGG2Face2, e o colocou para analisar mais de 1 milhão de fotos de perfis no Facebook e em sites de namoros em três países: EUA, Canadá e Inglaterra.

Ao final, a inteligência artificial (IA) teria identificado corretamente a orientação política dessas pessoas em 72% dos casos – seguindo a classificação amplamente utilizada nos EUA, as pessoas estavam divididas em ‘conservadoras’ e ‘liberais’ (o que no Brasil poderia ser substituído por ‘direita’ e ‘esquerda’). Os resultados foram similares quando segmentados por país ou por ambiente digital. Ainda segundo o texto, os resultados teriam sido superiores aos de humanos (55%) e de testes escritos de personalidade (66%).

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