Em evento, Lula chama de golpe o que Haddad chama de “conspiração” e “traição”
“Acabamos de ver 342 deputados em Brasília darem um golpe no voto de vocês. Tem que levar em conta que o golpe na Dilma foi um golpe na mulher brasileira”, disse Lula ao lado de Haddad em plenária em Guaianases que marcou o início da campanha do petista em São Paulo.
Momentos antes, Haddad havia remodelado seu discurso ao fazer referência ao “golpe contra a democracia”.
O ex-presidente não foi o único a contrariar Haddad durante o evento. A vereadora Luciana Cardozo, usou a palavra várias vezes em seu discurso. “É golpe sim. É um golpe de Estado que estamos vivendo”, disse ela, pouco antes da chegada do prefeito.
O deputado Vicente Candido (PT-SP), coordenador do programa de governo do prefeito, também usou a palavra “golpe” duas vezes em sua fala. Segundo ele, Haddad se equivocou ao dizer que o termo é inadequado e deve corrigir seu discurso.
“Nós vamos disputar os 30% do eleitorado que é de esquerda e contra o golpe. Tem que redirecionar isso aí”, disse o deputado.
Até a pequena plateia que encheu a quadra da Associação Esportiva Codó, local do evento, contrariou Haddad ao gritar: “não vai ter golpe”.
O prefeito não escondeu a irritação. Indagado sobre o tema em entrevista coletiva, Haddad se recusou a responder. “Não vou responder. A próxima pergunta”, limitou-se a dizer.
Durante o discurso ele empregou as palavras “conspiração” e “traição” para se referir ao impeachment de Dilma. Segundo fontes da campanha, a decisão de amenizar o discurso sobre o impeachment foi deliberada e tinha como objetivo evitar atritos com parte do eleitorado favorável ao afastamento da presidente.