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Em greve, professores de SP reclamam de falta de estrutura e até de álcool gel

Do G1

Nesta terça-feira (2), a fachada da escola Bertha Lutz, na Zona Norte de SP, lembrou o luto pela morte de uma professora por Covid-19 — Foto: Sindsep/Divulgação

Em meio ao recorde de casos de internados com Covid-19 e lotação das UTIs, parte dos professores da rede pública de São Paulo defende a suspensão das aulas presenciais. Segundo eles, as escolas não têm estrutura para funcionar com segurança e evitar a contaminação de alunos e funcionários.

Desde a abertura das escolas municipais no dia 15 de fevereiro, 116 unidades registraram casos da doença, de acordo com um levantamento do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep). Foram 335 entre servidores e alunos e dois óbitos confirmados por causa do novo coronavírus.

A Secretaria Municipal de Educação, porém, confirma que apenas 12 escolas tiveram aulas suspensas. Funcionários acreditam que haja subnotificação, já que muitas vezes os profissionais precisam fazer os testes sem o auxílio do estado e não há registro das suspeitas.

Na rede estadual, apenas na primeira semana de volta às aulas, de 8 a 12 de fevereiro, houve 77 registros de infecção confirmados, segundo o Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para Covid-19 (Simed) da Secretaria Estadual de Educação (Seduc-SP). (…)

Entre os educadores, as reclamações se repetem. Todos os que foram ouvidos pela reportagem salientaram que as escolas não têm estrutura para evitar a disseminação do vírus. Os professores pediram para não serem identificados nem terem suas escolas citadas por receio de sofrerem retaliações. Veja os principais pontos:

  • As salas são pequenas e não é possível manter 1,5m de distanciamento social se o número permitido de alunos (35%) frequentar as aulas presenciais;
  • álcool gel fornecido pelo governo do estado é de qualidade inferior, gruda na mão e não seca. “Tem de tirar o excesso na roupa”, afirma um professor.
  • As máscaras fornecidas pelo estado são de um tecido de má qualidade. Se o professor quer uma máscara mais específica, tem de comprar com dinheiro do seu bolso. Na rede municipal, as máscaras também são de tecido e nem todas as escolas receberam, de acordo com uma professora da rede;
  • Faltam professores. Com os profissionais do grupo de risco afastados, menos professores puderam voltar às aulas presenciais. Nas creches é impossível manter o distanciamento social em uma sala de aula com sete crianças de menos de 1 ano e um professor;

(…)