Apoie o DCM

Em propaganda partidária com Marta, PMDB mente sobre inflação e sobre desemprego em SP

Da Piauí:

Na propaganda partidária do PMDB, divulgada pelo G1 nesta quarta-feira (24) e prevista para ir ao ar em rede nacional nesta quinta-feira (25), o partido do vice-presidente Michel Temer fala sobre as dificuldades que o brasileiro enfrenta em tempos de crise.

A apresentadora informa que “a combinação não podia ser pior: as famílias perdendo renda e os preços subindo”. E o discurso continua, detalhando os produtos que tiveram alta: o “arroz, feijão, carne, frango, cebola, batata, limão, tomate. Nem a banana é vendida mais a preço de banana”. 

Segundo o acumulado dos últimos doze meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dado elaborado pelo IBGE, a maioria dos produtos destacados pelo PMDB em sua propaganda realmente teve aumento em seu preço. Mas alguns dos itens mencionados pela legenda ficaram abaixo do índice geral (que traz a média de todos os produtos e serviços analisados pelo instituto), e outros ainda tiveram queda em seus valores nos últimos doze meses.

Entre os produtos que tiveram reajuste acima do índice geral dos últimos doze meses estão o frango (inteiro), a cebola, a batata, o tomate e a banana.

O arroz e o frango (em pedaços) aparecem entre os que tiveram preços reajustados abaixo do índice geral dos últimos doze meses.

Já o feijão e o limão – citados pelo PMDB – tiveram queda de 1,69% e de 4,68% em seus preços, respectivamente. Não deveriam, portanto, estar na lista apresentada no programa do partido.

Em parceria com a Lupa, o IBGE confirmou as informações checadas.

Na mesma propaganda partidária, a senadora Marta Suplicy, que deixou o PT para se filiar ao PMDB, fala sobre o fechamento de postos de trabalho em São Paulo.

“São Paulo, que sempre foi sinônimo de oportunidades e de crescimento, foi a cidade que mais postos de trabalho fechou.”

Segundo dados da plataforma “Perfil do Município”, inseridos na página do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, São Paulo realmente é a cidade com maior variação negativa no trabalho (admissões menos demissões). Foram 137.214 postos de trabalho a menos na capital paulista entre 2014 e 2015. E esta foi a única variação negativa registrada desde 2007.