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Em retorno a Cuba, médicos criticam Bolsonaro: ‘não se importa com a saúde do povo’

‘Mais Médicos’ — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

Da RBA

Foram recebidos como heróis os primeiros 196 médicos cubanos que retornaram ao país e que participavam do programa Mais Médicos no Brasil, do qual o governo cubano se retirou após considerar que as condições a serem impostas pelo futuro presidente, Jair Bolsonaro, são inaceitáveis. Em reportagens em portais e TVs de países latino-americanos de língua espanhola, profissionais afirmaram concordar com a decisão de Cuba e que retornam à ilha com a sensação de missão cumprida.

“Queria dizer ao povo de Cuba, à liderança do partido no poder e para o nosso Ministério da Saúde que ratificamos essa decisão (do governo) de não mais participar do Mais Médicos no Brasil, por causa das manifestações deste lacaio do império recém-eleito presidente do Brasil. Ele não tem conhecimento ou experiência para ser o presidente daquele país e também não está interessado na saúde do povo brasileiro”, criticou José Angel Véliz, um dos médicos que retornaram ao país.

José Angel disse ainda estar certo de que cada integrante da missão humanitária cubana no Brasil retorna à casa satisfeito pelo trabalho deixado. “Nós entregamos o melhor de nós.”

Presente para recepcionar os profissionais, a vice-ministra de Saúde Pública de Cuba, Regla Angulo Pardo, saudou e agradeceu à delegação e disse que o trabalho dos médicos cubanos em território brasileiro deixou marcas importantes juntos às comunidades atendidas.

“Penso que também é importante reconhecer como o povo brasileiro sempre tratou os nossos profissionais, nossos médicos, nossos colaboradores, sempre acompanhando-os. E dessa forma, creio que o que ficará para o povo brasileiro, no coração dos mais humildes, é o profissionalismo dos nossos médicos.”

A ministra também reafirmou a confiança depositada por Cuba nos profissionais enviados ao Brasil para participar do Mais Médicos. “Quero parabenizar a todos aqueles que vieram e os que ainda chegarão, em nome do Ministério da Saúde Pública, de nossas organizações, do nosso partido, do governo e, muito especial, do povo de Cuba, que no final são sua família”, encerrou a vice-ministra.

Ao todo e sucessivamente, o país organiza o retorno de 8,6 mil profissionais de medicina que fazem parte do programa e que terão seus contratos interrompidos.