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Em reuniões fechadas, Alckmin tenta acalmar tucanos em São Paulo

Geraldo Alckmin. (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)

Do Valor:

Sem agenda pública desde sábado, o ex-governador e presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, recolheu-se nos últimos três dias em reuniões fechadas com colaboradores e dirigentes partidárias em uma tentativa de conter um princípio de crise em sua pré-campanha. A cinco meses da eleição, aliados lhe cobram planejamento e apontam erros de estratégia em meio a perplexidade geral com os resultados pífios do tucano até o momento nas pesquisas de intenção de voto.

Interlocutores de Alckmin reconhecem que o ex-governador enfrenta uma “maré ruim” com os dados das recentes pesquisas que atestam sua dificuldade em crescer na preferência do eleitorado e o avanço de investigações contra o tucano no Ministério Público. O cenário “preocupante”, como definiu um colaborador, norteou boa parte de um encontro entre o presidenciável do PSDB e dirigentes do partido na segunda-feira para debater a conjuntura eleitoral.

“Geraldo não está entendendo porque isso está acontecendo. O povo está sendo duro. Ele fez uma boa gestão em São Paulo e não atrasou salários”, afirma o presidente do PSDB paulista, deputado estadual Pedro Tobias, ao comentar um levantamento do Ibope no Estado, realizado em abril, que coloca o presidenciável tucano atrás numericamente, mas em situação de empate técnico com o deputado Jair Bolsonaro (PSL) no cenário sem o ex-presidente Lula na disputa.

A sondagem da CNT/ MDA, divulgada na segunda-feira, foi ainda pior para Alckmin ao mostrar que a intenção de voto no tucano variou de 8,6% para 5,3% ao mesmo tempo que sua rejeição cresceu cinco pontos percentuais (55,9%). O ex-governador também perde nas simulações de segundo turno para Bolsonaro, a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-deputado Ciro Gomes (PDT). Segundo Tobias, técnicos serão contratados para “entender” os números da pesquisa.