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Emissora do RS demite médico que disse que “muitas vezes o estupro é consentido”

Montagem de fotos do médico Eduardo Rolim e comunicado do Diário de Santa Maria
O Grupo Diário de Santa Maria emitiu comunicado sobre o médico Eduardo Rolim – Reprodução

O Grupo Diário, de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, publicou uma nota oficial comunicando a dispensa do médico Eduardo Rolim, que repercutiu negativamente após dizer que “muitas vezes o estupro é consentido”. “O Grupo Diário informa que o médico Eduardo Rolim não participa mais do time de debatedores do programa Sala de Debate, da TV Diário e Rádio CDN (93.5 FM)”, diz início do comunicado.

“O Grupo agradece aos mais de 10 anos em que o médico Eduardo Rolim participou do programa”, conclui o texto, que foi o segundo pronunciamento feito pela emissora. Inicialmente, a empresa havia dito apenas que a fala não representa a opinião do canal e ressaltado a liberdade de expressão dos debatedores:

“Gostaríamos de deixar claro que a opinião do doutor Eduardo Rolim é uma opinião do debatedor. É longe disso a opinião do nosso programa. Ao contrário, nós temos quase 21 anos de história de espaço democrático, em que todos os debatedores sempre falaram o que quiseram, inclusive ele próprio, que seguidamente reclamou de censura no próprio programa, mas sempre pôde falar o que quis no ar.”

A cena constrangedora ocorreu na última quinta-feira (27), durante o Sala de Debate. O tema era o “caso Cuca”, ex- treinador do Corinthians, condenado por estupro de uma menina de 13 anos em Berna, na Suiça.

Rolim já começou adiantando que sua opinião era “politicamente incorreta”. De acordo com o médico, existe um músculo “poderosíssimo” chamado adutor, que está localizado na parte interna da coxa e que teriam a função principal de “fechar as pernas”. É o “custodio virginitatis”, em latim.

“Esse músculo é conhecido como o guardião da virgindade. Porque a força de um homem não consegue abrir as pernas de uma mulher que esteja contraída. Falo isso para dizer que muitas vezes o estupro é consentido”, completou.

Na mesa, estavam o administrador Ruy Giffoni, advogado Giorgio Forgiarini, professor e cientista jurídico Mauro Cervi e o advogado criminalista e professor Leonardo Santiago, além da advogada Ingrid Hardok. Todos se mantiveram em silêncio e o âncora da atração, Claudemir Pereira, se manifestou dizendo apenas que os comentários do profissional da saúde estavam desagradando algumas pessoas.

https://www.youtube.com/watch?v=UaQaBA8fwi4

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