Empresária bolsonarista que pagou painel que associa esquerda ao PCC foi citada em inquérito do STF

A empresária Nair Berenice da Silva, responsável por contratar um outdoor que associa a esquerda ao PCC, em Porto Alegre, foi mencionada em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga atos antidemocráticos. De acordo com as investigações, ela teria pago pelo menos um trio elétrico para manifestação do dia 3 de maio de 2020, em Brasília.
Segundo um relatório da Polícia Federal, que compõe o inquérito dos Atos Antidemocráticos, Berenice foi apontada como responsável por dividir o pagamento de R$ 7 mil reais do aluguel de um trio elétrico junto a Paula Cassol, ex-militante do MBL e atualmente candidata a deputada estadual pelo PL do Rio Grande do Sul. A informação do pagamento foi repassada, para a PF pelos donos do trio elétrico, na Operação Lume.
O inquérito foi arquivado em julho de 2021 pelo relator, o ministro Alexandre de Moraes, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para a PGR, a PF não aprofundou as investigações a respeito de nomes como o de Nair Berenice e de outros envolvidos.

Foto: Reprodução
De acordo com o documento apresentado à Justiça Eleitoral no processo que terminou com a retirada dos outdoors, Nair pagou R$ 18.478,26 pelos serviços de “ressarcimento das despesas diretas com terceiros de produção”, “produção da tela a ser impressa e instalada”, “despesas gráficas de impressão da lona”, “mão de obra de instalação e retirada”, “aluguel da parede” e “energia elétrica”.
O outdoor foi retirado nesta última quarta-feira (17), por determinação do juiz Márcio André Keppler Fraga, após denúncia de parlamentares do PT e PSOL.
Em nota fiscal apresentada à Justiça, Nair Berenice aparece como a responsável por pagar R$ 18.478,26 para a empresa Life Mídias Urbanas pela instalação do outdoor em um prédio em Porto Alegre.